Abel Ferreira critica gramado e lamenta desfalques no Palmeiras para seleções: “Não é justo”.

Por Redação do ge — São Paulo

O Palmeiras venceu o Vasco por 1 a 0 fora de casa, neste domingo, e subiu na tabela do Brasileirão. O técnico Abel Ferreira, porém, não gostou do estado do gramado de São Januário que, segundo ele, prejudicou o desempenho do seu time.

Na visão do treinador, por conta da situação ruim do campo, a equipe não conseguiu ter velocidade com a bola e pode ter perdido jogadores por lesão – Felipe Melo saiu carregado após sofrer uma torção séria no tornozelo.

– Hoje um adversário foi o Vasco e o segundo foi o gramado. Espero não ter perdido mais ninguém, vamos ver se não perdemos, porque o gramado estava em péssimas condições. Era preciso dar quatro toques para a bola ficar limpa, não conseguimos dar velocidade. Tem que circular rápido a bola para encontrar o espaço contra time assim. Por isso, disse que o Vasco e o gramado foram os adversários – explicou.

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, durante a partida contra o Vasco — Foto: André Durão

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, durante a partida contra o Vasco — Foto: André Durão

Para os próximos jogos, Abel Ferreira terá vários desfalques. Além dos problemas de lesão, ele perderá Gabriel Menino e Weverton para a seleção brasileira, Viña para a seleção do Uruguai e Gustavo Gómez para a seleção do Paraguai.

O treinador criticou o fato de não poder contar com alguns de seus principais atletas em momentos decisivos da temporada, como quarta-feira, contra o Ceará, pela Copa do Brasil.

– Acho que até o Tite falou isso, como é possível o clube pagar tanto e ficar sem os atletas. Não sei quem toma as decisões, ainda preciso saber sobre isso, mas é duro. Temos ambições, lutamos por títulos e ficamos sem os melhores, não é justo. A cobrança é grande, a torcida quer ganhar, a diretoria quer ganhar, para isso temos que ter o time sempre nivelado, competitivo – falou.

Melhores momentos: Vasco 0 x 1 Palmeiras, pela 20ª rodada do Brasileirão
 
Melhores momentos: Vasco 0 x 1 Palmeiras, pela 20ª rodada do Brasileirão

ATUAÇÃO DO TIME

– Sabíamos da competência deles de defender, eles alinharam com linha de cinco e mais quatro na frente, estavam defendendo bem as larguras. Sá Pinto e eu nos conhecemos muito bem. O time deles reduz espaço e não nos deixa criar.

– Todos vamos errar, isso faz parte. Mas volto a falar: tivemos grande atitude coletiva, a linha defensiva encurtava, quase um sanduíche na defesa, bloco compacto para recuperar a bola. Mas volto falar da dificuldade de circulação. Tivemos uma bola do Veiga e um cruzamento do Viña. Não tivemos muito espaço. Podíamos circular mais rápido, mas pelo adversário a fechar os espaços, com as linhas de cinco. Depois no segundo tempo falamos com os jogadores, ajustamos o posicionamento, tínhamos que espetar os laterais, entramos bem. Tivemos o Rony isolado, um cruzamento que o goleiro defendeu, após as trocas tivemos o pênalti. Quem entra, entra pra ganhar, acrescentaram muito. É alma de uma equipe. Isso é o caminho.

JÁ CONSEGUIU MUDAR O TIME?

– Este time está com alma e atitude. Andrey deixou o time bem, positivo. Um time com vontade de ajudar o treinador e assimilar suas ideias. Quando falamos em processo de aprendizagem, é como aprender a ler. Ninguém nasceu lendo, correndo. É preciso nascer, engatinhar, cambalear, andar bem e correr. Aprender a ler é igual. Processo de jogo requer também esse tempo. Mas quero ressaltar a vontade deles de me ajudar, a mente aberta e uma grande alma deles. Jogaram bem em um campo muito difícil. Há muito tempo não jogava em uma campo assim, contra um time bem organizado. Eles estão mal na tabela e hoje dariam a vida para subir. Vinham com confiança após a Sul-Americana, mas nosso time teve uma atitude série, competente, estão de parabéns por essa garra, determinação e a jogar bem também.

COMO FOI A CONVERSA NO INTERVALO

– Temos a chance de ver imagens no intervalo. Só corrigimos posicionamento. O elenco tem qualidade e talento. Tem de seguir com essa disciplina e trabalho de equipe. A individualidade aparece dentro do coletivo. São pequenos ajustes de posicionamento. Ser mais agressivos com a bola. Não dava pra jogar entrelinhas, aquele espaço entre as duas linhas. Era difícil jogar ali, pelo adversário estava bem e precisávamos de muitos toques para dar velocidade. Fomos conseguindo fazer algumas, tivemos alguns reajustes, contra um time que se defendeu muito bem.

REENCONTRO COM O SÁ PINTO

– A vida tem desses destinos, tivemos tanto tempo para nos enfrentar a Portugal e viemos nos enfrentar aqui no Brasil, do outro lado do Atlântico. Já disse a gratidão que tenho por ele, jogamos juntos em meu último ano como atleta. Foi ele, que treinava o sub-19, quem me deu a chance de se recuperar e voltar a jogar no sub-19. Não consegui, tive que parar, ele me convidou a ser seu assistente. Aí que tudo começou. Essa gratidão é publica. É um grande técnico, muito bem organizado. Mas ele precisa de tempo, sem tempo é mais difícil vermos o trabalho.

LESÃO DO FELIPE MELO

– Felipe tem sido uma grande surpresa para mim, não só pelo que tem corrido, não só pelo que tem puxado aqui. Falaram que era velho. Foi top em termos de entrega. No jogo que vi contra o Atlético-MG, o que vi foi um jovem de 37 anos a correr como um menino. Amanhã vamos fazer os exames, espero que não seja nada grave. O Luan, o Gómez e o nosso menino Felipe têm sido importantes nesse tripé que sustenta nosso time, não é por acaso que estão sustentando nossa equipe e ha alguns jogos sem sofrer gols.

TIME PRECISA DE REFORÇOS?

– Não sou técnico de chorar, sou de olhar pra dentro, ver as soluções, acreditar no plantel. Quem está fora quer uma chance de mostrar valor, a chance chega para todos. Estamos a trabalhar contra o tempo, mas vamos acreditar nos que temos. Vamos olhar pra dentro, dar a chance para quem quer jogar, eles têm mostrado isso e vamos ser uma equipe competitiva.

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