João vendeu videogame para comprar iPhone, caiu em golpe, mas achou o bandido
Menino de 11 anos alertou os pais sobre presença do golpista e homem foi capturado na base do “pega ladrão!”
Por Silvia Frias – CAMPO GRANDE NEWS
“Mãe, caímos num golpe, não é?”. A pergunta já era certeza para João Pedro Martins, 11 anos, ao perceber que havia perdido os R$ 900 angariados para comprar um iPhone 7, sonho de consumo. O dinheiro foi recuperado dias depois, quando o golpista foi reconhecido pelo menino em um shopping, e capturado após tentativa de fuga pelo estacionamento.
Além de recuperar o dinheiro, o garoto ganhou não somente um, mas dois iPhones. A correria pelo estacionamento foi final insólito de história iniciada com desejo de João Pedro de comprar o celular. “Ele sempre batalhou para conseguir o que queria”, conta a mãe, a operadora de caixa Luciene Soares Martins, 35 anos.
Luciene lembra que, anos atrás, quando o filho quis comprar tablet, a mãe disse que o ajudaria. Deu a ideia de fazer bombons e bolos de pote que foram vendidos pelo menino pelo bairro. O dinheiro angariado foi usado para a compra.
Aos 9 anos, João Pedro queria comprar saxofone para começara a aprender. Recebeu semijoias em doação, fez rifa, arrecadou o dinheiro e comprou o instrumento. “Quem comprou a rifa foi uma irmã da igreja, que disse que, se ganhasse, não iria querer as semijoias”. O prêmio voltou para o menino, que fez outra rifa e comprou Xbox.
Quando quis o iPhone, o menino vendeu o videogame e bombons pelo bairro para juntar dinheiro e comprar o aparelho. Pesquisando na internet, achou oferta por R$ 900. A mãe o ajudou com R$ 250, completando a quantia.
No dia 10 de dezembro, o vendedor foi até a casa da família, no Jardim Antártica para finalizar a negociação. Ele chegou acompanhado de outro homem, que permaneceu no carro. “No anúncio era uma coisa, quando ele trouxe, era outra coisa: o celular sem nota, sem caixinha, eu comecei a questionar, ele começou a ficar nervoso”, lembra.
Estelionatário foi preso após ser reconhecido (Foto/Direto das Ruas)
O homem justificou, dizendo que iPhone era leve. Os questionamentos de Luciene continuaram e o vendedor se mostrava incomodado. “Até que ele apoiou a mão no ombro do meu filho e disse que estava com pressa de receber, ali eu vi que era golpe”. Com medo de que os homens fizessem algo contra o menino, pagou.